A Câmara Municipal de Teresina realizou, nesta segunda-feira (22), sessão solene para debater o combate à LGBTfobia na capital. Na ocasião, o Grupo Matizes lamentou que dos 29 parlamentares da Casa, apenas a vereadora Pollyanna Rocha (PV), proponente da sessão, estivesse presente.
“É um fato a se lamentar. Se, por um lado, agradecemos a parceria da vereadora Pollyana por abrir as portas da CMT para este debate tão importante, por outro, é triste ver que a nossa pauta é ignorada pelos demais parlamentares, que não estiveram presentes para colaborar. Mas a nossa luta continua e o Matizes segue firme em defesa dos direitos da população LGBTQIA no Piauí”, afirmou Marinalva Santana, vice-coordenadora do Matizes.
Maria Laura dos Reis, do Grupo Piauiense de Transexuais e travestis (GPTrans), também ressaltou a ausência dos vereadores. “Todos os anos vemos o esvaziamento da plenária por parte dos vereadores. Entendemos isso como um ato de LGBTfobia também. Por que o parlamentar não está presente em um momento tão importante? O desinteresse mostra que isso não faz parte das pautas. Essas pessoas só aparecem em época de demanda eleitoral”, disse.
Proponente da sessão solene, a vereadora Pollyana Rocha enfatizou a importância do dia 17 de maio, quando é celebrado o Dia Internacional contra a Homofobia, a Transfobia e a Bifobia. “De forma ousada, me coloquei como vereadora da diversidade. Tenho certeza que foi por uma boa causa. O combate ao preconceito é necessário todos os dias, por isso propomos a sessão solene”, ressaltou.
A Promotora de Justiça Myrian Lago lembrou que “todos os anos, desde 2012, sempre existe apenas uma vereadora. E sempre uma vereadora mulher que impede que essa matéria seja colocada na invisibilidade. O que vejo, é que a ausência de representantes do povo é uma forma de inviabilizar. E isso é uma grande violência”, defendeu.
A secretária municipal da Mulher, Karla Berger, disse que ver a Câmara vazia é triste. “É uma forma de entender quem são os nossos representantes. Ver uma sessão dessas esvaziada é lamentável. Essa luta não pode parar e precisamos colocar esse espaço como um lugar de debate. Eu desejo que todas as mulheres se sintam acolhidas, respeitadas e empoderadas para seguir em frente”, ressaltou.
Além do Grupo Matizes, representando pela coordenadora geral Maria José Ventura e pela vice-coordenadora Marinalva Santana, estiveram presentes à sessão solene, Karla Berger, secretária municipal de Políticas Públicas para Mulheres; Miriam Lago, Promotora de Direitos Humanos; Patrícia Monte, defensora pública representando a Defensoria Pública do Estado do Piauí; Coronel Maria Elizete Silva, diretora de defesa social da SSP-PI; Maria Laura dos Reis, do GPTRANS; Joseane Gomes Santos Borges, do Conselho Estadual de Direitos da População LGBT do Piauí; Tom Santos, setorial LGBT do SINDSERM; Flávia Cunha, da Comissão da Diversidade da OAB PI; Nouga Cardoso, secretário municipal da Educação; Socorro Andrade, coordenadora de enfrentamento à lgbtfobia da SASC; Camila Rio Tinto, da Comissão de Direitos Humanos da OAB-PI; Pai Rondinele, da Articulação Nacional de Povos de Matriz Africanas; Jesus Lene do Nascimento, da Articulação Brasileira de Lésbicas); Doté Tiago, da Rede Nacional de Religiões AfroBrasileiras e Saúde; Alexandro da Silva, do RENAFRO Nordeste; Sônia Terra (superintendente de Direitos Humanos da SASC; Carlos André, gerente de Direitos Humanos da SEMCASPI.
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